A Operação Prato é um dos episódios mais intrigantes e polêmicos da história ufológica brasileira. Ela ocorreu entre setembro e dezembro de 1977, na região amazônica, mais especificamente em Colares, no estado do Pará. Encabeçada pela Força Aérea Brasileira (FAB), a missão foi criada para investigar uma série de fenômenos aéreos não identificados que estariam aterrorizando a população local. Relatos de luzes misteriosas no céu, ataques a moradores e fenômenos inexplicáveis deram origem a essa operação, que permanece envolta em mistério até os dias de hoje.
O Contexto Histórico e os Relatos Iniciais
Na década de 1970, o Brasil, assim como outras partes do mundo, estava imerso no crescente interesse por objetos voadores não identificados (OVNIs). Contudo, o que aconteceu na pequena ilha de Colares foi muito além de simples avistamentos de luzes no céu. Os moradores começaram a relatar o surgimento de luzes misteriosas que pareciam atacar diretamente as pessoas. Estes fenômenos foram chamados de "chupa-chupa", em referência à crença de que as luzes estariam sugando o sangue das vítimas.
Os relatos descreviam luzes que surgiam do céu, variando em cores (vermelha, amarela, azul), que direcionavam feixes de luz intensa para os habitantes, causando queimaduras e até desmaios. Muitas pessoas reportaram que, após serem atingidas pela luz, sentiam fraqueza, tontura e até perda de sangue. O medo na região aumentou de forma exponencial, levando várias pessoas a abandonarem suas casas e buscarem refúgio em cidades maiores.
Diante dessa situação, o comando da FAB decidiu intervir e iniciar uma investigação oficial. Assim, nasceu a Operação Prato, liderada pelo capitão Uyrangê Bolívar Soares de Hollanda Lima, oficial com larga experiência e prestígio dentro das Forças Armadas.
A Investigação Militar
O objetivo principal da Operação Prato era investigar os estranhos fenômenos relatados pelos moradores da região, identificando a possível origem das luzes e seus efeitos sobre a população. Para isso, a equipe militar instalada em Colares contava com equipamentos de filmagem, câmeras fotográficas, radares e instrumentos de medição para tentar capturar evidências concretas dos fenômenos.
Durante os meses de investigação, diversos militares que participaram da operação também relataram avistamentos de luzes no céu. Segundo o capitão Hollanda, que mais tarde se tornaria um dos principais porta-vozes do mistério em entrevistas, as luzes apresentavam comportamentos incomuns. Elas faziam movimentos rápidos, subiam e desciam em alta velocidade, pairavam sobre rios e florestas e muitas vezes pareciam ter "inteligência", reagindo à presença dos investigadores.
Um dos episódios mais chocantes relatados pela equipe militar envolveu o avistamento de um grande objeto em formato de disco sobrevoando a região, sendo acompanhado de perto por outras luzes menores. Embora tenham registrado os fenômenos com fotos e vídeos, o conteúdo capturado pela operação nunca foi divulgado integralmente ao público, o que contribuiu ainda mais para o mistério em torno do caso.
Os Efeitos na População
Os relatos de ataques das luzes em Colares não cessaram durante a Operação Prato. Muitos moradores continuaram a ser alvos dos fenômenos, e o medo era tanto que muitos passaram a se refugiar em suas casas ao cair da noite, cobrindo portas e janelas com mantas e panos na tentativa de bloquear a entrada da luz.
As vítimas descreviam sintomas que incluíam queimaduras de primeiro grau, tontura e exaustão. Algumas das pessoas atacadas relataram sentir uma espécie de "sucção" de suas energias, e alguns médicos locais afirmaram ter encontrado sinais de perfurações no corpo dos atingidos. Esse cenário fez com que os fenômenos fossem associados ao “chupa-chupa” — como se as luzes estivessem sugando o sangue ou energia vital das vítimas.
Embora as investigações da FAB não tenham conseguido esclarecer completamente os ataques, a Operação Prato contribuiu com um grande acervo de relatórios, fotos e filmagens que documentam os estranhos fenômenos.
O Encerramento da Operação e o Legado de Capitão Hollanda
Em dezembro de 1977, a Operação Prato foi oficialmente encerrada. O relatório final da operação, no entanto, jamais foi completamente divulgado. A FAB afirmou que não encontrou evidências conclusivas sobre a origem dos fenômenos ou sobre o que poderia estar causando os ataques à população.
Após o fim da operação, o capitão Uyrangê Hollanda continuou intrigado com o que presenciou. Em 1997, vinte anos depois da Operação Prato, ele concedeu uma entrevista reveladora à revista "UFO", na qual detalhou as experiências vividas durante a operação e afirmou acreditar que os fenômenos eram de natureza extraterrestre. Pouco tempo depois dessa entrevista, Hollanda foi encontrado morto em sua residência, em circunstâncias que muitos consideram misteriosas.
O Mistério Continua
Até hoje, a Operação Prato permanece como um dos maiores mistérios ufológicos do Brasil e do mundo. Embora parte dos documentos oficiais da operação tenha sido liberada ao público pela Aeronáutica em 2008, muitos detalhes ainda permanecem sob sigilo. A falta de uma explicação oficial clara e o grande volume de relatos de testemunhas continuam a alimentar teorias sobre a natureza dos fenômenos.
Pesquisadores de fenômenos aéreos e ufólogos consideram a Operação Prato um dos eventos mais importantes já documentados, devido à participação direta de militares e ao grande número de testemunhas oculares. Acredita-se que ainda exista muito material não revelado sobre o caso, o que apenas reforça a aura de mistério e fascínio que envolve esse episódio.
Para muitos, a Operação Prato é a prova de que há muito mais no céu do que somos capazes de entender. Seja qual for a verdade por trás das luzes de Colares, o caso continua a capturar a imaginação de entusiastas de mistérios e da ufologia em todo o mundo.
Referências:
- Revistas UFO Brasil
- Arquivos desclassificados da FAB sobre a Operação Prato
- Entrevistas e depoimentos do Capitão Uyrangê Hollanda
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